O que é Saúde? Como garantir a minha saúde?

O que é saúde? Como garantir a minha saúde?

Escrito por Ana Cristina Costa França, em 26 de janeiro de 2020.
A autora é Psicóloga Clínica, Mestre em Psicologia: Teoria e Pesquisa do Comportamento, Professora universitária e Sócia proprietária da Salutem Psi.

Salutem em latim significa Saúde. Assim, decidimos inaugurar nosso blog falando de saúde. Constantemente nos fazemos perguntas como as que iniciam o post de hoje: o que é saúde? como saber se estou (ou não) com saúde? o que preciso fazer para me manter saudável?
A Organização Mundial de Saúde, em 1947, define Saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Esse é um conceito controverso, já que coloca a Saúde como utópica, não operacional, inatingível. (OPAS/OMS, 2019)
Saúde e Doença não são dois lados da mesma moeda. Doença é um conceito que guarda relação com o sofrimento, com o mal, mas não corresponde ao oposto de saúde. Não estar doente não significa obrigatoriamente que a pessoa esteja saudável.

Aliás, o conceito de saúde é subjetivo. Quadros clínicos semelhantes afetam diferentes pessoas de diferentes formas, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto. Pessoas diferentes reagem de formas diferentes a quadros semelhantes. Uma mesma pessoa pode reagir de formas diferentes em diferentes períodos de sua vida.

No ponto de vista do bem-estar e saúde, a percepção individual é muito importante. Vianna (2012) ressalta essa importância, comparando os modelos biomédico (tradicional) e o biopsicossocial (holístico).
A autora discute três planos no processo saúde- doença: O Plano subindividual correspondente ao nível biológico (orgânico, fisiológico). Nesse plano, o processo saúde–doença seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a normalidade–anormalidade e funcionalidade–disfunções. O modelo biomédico praticamente analisa apenas esse plano, levando em conta apenas questões orgânicas no processo saúde doença.
Considera apenas esse plano é insuficiente. A Psicologia moderna compartilha de uma visão mais completa (holística) da relação saúde e doença, levando em consideração os outros dois planos.
O Plano individual descreve que as disfunções e anormalidades ocorrem em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo tempo, ressaltando que casa pessoa reage de forma subjetiva ao processo saúde-doença.
Além das dimensões individuais, há ainda a dimensão coletivas. O Plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo saúde–doença, que é não somente a soma isolada das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo, mas a expressão de um processo social mais amplo e complexo, considerando-se fatores econômicos, sociais, políticos, entre outros.
É importante lembrar que por mais que a saúde deva ser pensada também na dimensão do coletivo, é o indivíduo que adoece e, como tal, requer cuidados.

Imagem: Saúde níveis (FONTE: VIANNA, 2012)
Dessa forma, é essencial que profissionais da saúde (não somente psicólogos, mas inclusive) agreguem seus conhecimentos técnicos e científicos, a conhecimentos sociais, culturais, políticos. Mas, principalmente fazendo uso da sensibilidade humana para compreender a subjetividade expressa pelo ser que está sendo cuidado.
Surge assim, a necessidade da Psicologia trabalhar na prevenção de doenças com um olhar multidisciplinar e de caráter preventivo, aceitando o individuo como um ser complexo e completo e ao mesmo tempo atuar não apenas no sujeito doente ou com riscos a adoecer, mas atuar em todo um contexto como agente adoecedor.
Necessidade em rever nosso modo de vida e buscar qualidade em todas as esferas (bio psico social e espiritual) a partir de uma visão holística de homem, onde o rosto seja mais importante do que a máscara.
Aliás, esse é um dos motivos de a Psicologia é uma profissão da saúde e não da doença, mas esse é assunto para outro post. Em breve.

Referências
OPAS/OMS. Indicadores de saúde: elementos conceituais e práticos (capítulo 1). Disponível em https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&limitstart=1&lang=pt. Acesso em 31 dez 2019
VIANNA, L. A. C. Processo saúde-doença. Disponível em http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/1/unidades_conteudos/unidade01/unidade01.pdf. 2012. Acesso em 05 out 2019.

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